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2012 - Livro Vermelho 2013

Richardia schumannii W.H.Lewis & R.L.Oliv. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 12-06-2012

Criterio: B2ab(ii,iii)

Avaliador:

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie herbácea de campos naturais associados à Floresta Ombrófila Mista, entre os Estados do Paraná e São Paulo. Com distribuição restrita, tem EOO de 9.977 km² e AOO de 20 km². É ameaçada pela perda de AOO e da qualidade do habitat em consequência da expansão de infraestrutura urbana e rural. Está sujeita a três situações de ameaça, e sua distribuição é severamente fragmentada. O declínio na frequência de coleta faz suspeitar de um declínio populacional. A espécie tem última coleta registrada em 1989, no Paraná.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Richardia schumannii W.H.Lewis & R.L.Oliv.;

Família: Rubiaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Brittonia 26(3): 271-301. 1974. Semelhante à R. stellaris, da qual difere-se por apresentar hábito compacto, com ramos curtos (até 4 cm) e internós, folhas curtas involucrais com até 7-10 mm de comprimento, poucas flores (1-4) capítulos, e cálice com apenas 1/4 do comprimento da corola (Lewis; Oliver, 1974).

Distribuição

Endêmica do Brasil; ocorre nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná (Cabral; Salas, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas perenes (Bacigalupo; Cabral, 2007); floração entre os meses de Outubro e Dezembro (Lewis; Oliver, 1974). Ocorre em Floresta Ombrófila ista (Zappi et al., 2009).

Ameaças

1.4 Infrastructure development
Incidência national
Severidade very high
Detalhes AMata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000 km² de vegetação remanesce.Algumas áreas de endemismo, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescentefoi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis emvigilância e proteção. Antes cobrindo áreasenormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos defragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criaçãode gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatasda perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populaçõeshumanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano(pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiroaceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola(açúcar, café e soja). A derrubada deflorestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650 km² deflorestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda dehabitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração delenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais einvasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1.1 Agriculture
Incidência national
Severidade very high
Detalhes Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25 ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000 km² do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130 ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000 km² - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada Presumivelmente Extinta (EX) pela Lista Vermelha da Flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- BACIGALUPO, N.M.; CABRAL, E.L. Richardia (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP, 2007.

- LEWIS, W.H.; OLIVER, R.L. Revision of Richardia (Rubiaceae)., Brittonia, v.26, p.271-301, 1974.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado Brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- CABRAL, E.; SALAS, R. Richardia schumannii in Richardia in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014240>.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- SMA-SP. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.449-461, 2009.

Como citar

CNCFlora. Richardia schumannii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Richardia schumannii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 12/06/2012 - 13:57:54